sábado, 4 de julho de 2009

O que não se pode entender.

Era a terceira dose de vodka que Ana tomava, estava deitada no sofá, com seu lenço de estampa indiana, que tinha comprado na sua ultima viagem.
Não esperava mais nada para aquela noite, aliás, esperava sim, esperava ouvir até a ultima musica do CD dos Los Hermanos, e aquilo já servia de contenção para dormir tranquilamente.
O relógio marcava 23:00, o som dos ponteiros não a incomodava mais, era um daqueles relógios antigos que se herda dos avós, ou bisavós. Ao lado do relógio estava o calendário, dia 12 de Junho.
Antes ligava para as datas, sofria por não poder comemorá-las, mas naquele dia não, não estava triste, porém sentiu-se só. Será que aquela garrafa de vodka barata seria sua única companhia?

Meia noite:
Cansou do ócio.
Resolveu sair de casa, sem expectativas.
Andou sem uma direção concreta.
Escutou músicas em um bar com portas semi fechadas.
Resolveu entrar mesmo assim.

Uma hora da manhã:
Ana estava em lugar estranho, com um copo de cerveja na mão e com um rapaz maravilhoso que mal conhecia, ele a acariciava expetacularmente bem.

Duas horas da manhã:
Entraram em um carro, ela no banco de trás, ele dirigindo.
mesmo achando o comportamento do homem estranho, hesitou em falar algo.
O que aconteceu depois disso, pouco se sabe.

Dia seguinte:
Acorda em casa.
Ressaca tremenda.

Uma mensagem pregada na geladeira:
" Bom dia.
Espero repetir tudo quando eu voltar de São Paulo.
Estou atrasado.
Beijos, do seu querido"

Ficou sem entender o que seria o "tudo" e quem seria o "seu querido".
Belo dia dos namorados.